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A origem da pedraria incrustada nas jóias reais

 

Até aos finais do século XV, as pedras preciosas rareavam na Europa. Todavia, quando Portugal se tornou uma nação independente, já existia no território um significativo, embora reduzido, comércio de pedras preciosas  provenientes do Médio Oriente, via Veneza.

Imagem real

Tal desprovimento obrigava a uma sucessiva reutilização das gemas que adornavam as jóias o que, em parte, explica a carência de testemunhos medievais nos nossos dias, salvo nas obras conservadas nos tesouros das igrejas e mosteiros, ornando as mais veneradas relíquias.

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Prato trabalhado

Várias jóias medievais preservadas em coleções públicas europeias divulgam este aproveitamento, ou seja, esta evangelização das obras clássicas sobretudo a nível das pedras gravadas.

Jóias medievais

A própria interpretação dos motivos das gemas passa a receber uma leitura cristã, talvez a melhor forma de proteger obras de vibrante paganismo mas de fascinante beleza: Júlio César passa a ser identificado como S. Pedro, Posseidon e Atenas como Adão e Eva, Zeus como S. João. 

Busto de mármore

Em Portugal, conhecemos o uso de pedras gravadas clássicas tanto na ourivesaria religiosa como nas jóias da Corte, como comprovam as referências documentais às jóias de D. Beatriz, mulher de D. Afonso IV.

D. Beatriz

A carência das gemas no período medieval dificulta-nos a compreensão do seu verdadeiro valor; tanto do ponto de vista monetário como simbólico, não devendo ser esquecido o desenvolvimento registado em torno de obras sobre a simbologia das gemas, os famosos lapidários, dos quais se destacou, na península Ibérica o " Lapidário de Afonso X, o Sábio", cuja cópia se crê tenha pertencido ao seu neto, o Rei D. Dinis. 

Pintura real

Há muito que o ouro era conhecido na Península Ibérica através da extração quase exaustiva das minas e das margens dos rios, desde épocas pré-romanas. Uma tradição de trabalho do ouro, certamente aliançada à cunhagem, encontrava-se já bastante enraizada quando da chegada dos primeiros cavaleiros francos.

Cavaleiros

Com o desenvolvimento africano, o ouro começou a chegar a Portugal já nos finais do segundo quartel de quatrocentos. Após vários esforços para chegar ao Rio do Ouro, Gil Eanes conseguiu, em 1434, ultrapassar o Cabo Bojador e alcançar o centro da extração do precioso metal.

Rio do ouro

Mais tarde, já quase no final do século, a capitania de S. Jorge da Mina começou a enviar ouro para a capital do Império, tanto em bruto como em jóias nativas, como nos revelam os livros de registo conservados no Arquivo Histórico da Casa da Moeda, mais nada sabemos para além do seu peso.

Busca do ouro

A chegada da armada de Vasco da Gama à Índia abriu um novo capítulo na história da joalharia europeia. A partir desse momento centrou-se em Lisboa a expansão de pedras preciosas orientais no velho mundo.

Lisbona

Veneza perdeu, assim, o principal lugar que ocupava desde o século VIII no comércio das preciosidades orientais, que recebia através de Constantinopla de Alexandria. Com a abertura da rota do Cabo, foram os portugueses os primeiros a contactar directamente com as zonas de extração e comercialização de pedras preciosas.

Rota do Cabo

Não se tratou de um mero acaso comercial: a pedraria, tal como as especiarias, sempre esteve na mira dos governantes portugueses. D. Manuel terá mesmo enviado, com Vasco da Gama, dois joalheiros italianos para lhe comprarem jóias e o informarem sobre o seu comércio.

Vasco da Gama

Mas tudo o que sabemos sobre eles é que, mal chegados à Índia, fugiram para fabricarem artilharia para o rei de Calicut.A conquista de Goa, em 1510, marcou nova etapa para esta negociação. Esta praça, devido à sua extraordinária posição geográfica, tornou-se rapidamente o centro oriental do comércio das pedras preciosas.

Ilha de Goa

Para tal, um factor foi decisivo: em Goa existia total liberdade para comercializar jóias, pérolas e pedraria, realidade que contradizia com a tradição oriental de que a totalidade das gemas encontradas deveria ser entregue ao soberano de cada reino. Eram estes quem as avaliavam e, posteriormente, as vendiam aos estrangeiros.

Goa

Deste modo, os mercadores de todo o Oriente, desde o Golfo Pérsico à China, partiam para Goa a fim de aí negociarem de modo bem mais proveitoso. Outros factores, como uma redução aduaneira para preciosidades ou o contacto direto com os compradores portugueses e outros europeus que traziam para a Europa as suas mercadorias, desenvolveram este comércio que, até aos inícios do século XVII, floresceu na "Veneza do Oriente".  

Ouro

O comércio era de tal modo rentável que muitos portugueses, nomeadamente fidalgos, partiam na carreira da Índia a fim de comprar pedras preciosas.E se alguns obtinham lucros consideráveis, muitos eram enganados com pedras falsas.

Pedras falsas

Assim, através de Goa, chegavam a Lisboa: pérolas e aljôfar provenientes do Golfo Pérsico, da China, da América Central e do Ceilão; diamantes, do centro do continente Indiano, sobretudo dos reinos de Bisnaguer e Decão; safiras e rubis, do Ceilão e de Pegu (actual Birmânia do Sul); esmeraldas, da América do Sul; turquesas da Pérsia; olhos de gato, granadas e topázios, do Ceilão. 

Desenhos jóias

A ilha de Ceilão era, igualmente, o centro produtor de objectos de luxo, em ouro, muito apreciados, tanto adornos, como colheres, garfos e cofres, tudo decorado com pedrarias. A rainha D. Catarina, era grande coleccionadora de jóias, em marfim e pedras preciosas, que hoje  se encontram em Munique.

Jóias pedras preciosas

Apenas escapavam ao domínio português as pérolas  e esmeraldas da América do Sul. Destas últimas, salientaram-se as das minas de Muzo, na actual Colômbia, exploradas quase à exaustão pelos conquistadores espanhóis.

Gemas

Em Lisboa, as gemas deveriam ser registadas aos oficiais da Casa da Mina e da Índia. Só depois poderiam ser vendidas, já que a própria legislação impedia que se pudessem comprar estas mercadorias, sob a pena de as perder, sem que tivessem certidão de terem sido despachadas na citada casa. Mas na realidade, apenas uma pequena parte das gemas vindas do Oriente seria registada.

Entre os lapidários, joalheiros, comerciantes e outros compradores que, em Lisboa, procuravam gemas, destacaram-se os agentes da Casa Fugger de Augsburg, os poderosos banqueiros do Imperador Carlos V. Em 1548 adquiriram, entre diversa pedraria, um grande diamante de 67.5 quilates. Até as jóias para o dote das filhas de Anton Fugger são negociadas em Lisboa, no ano de 1553. 

Anton Fugger

Toda esta abundância de pedras preciosas teve grande influência na arte da joalharia europeia já que, gradualmente, as pedras preciosas dominaram as preocupações do desenho da própria jóia.

Mas não existia apenas um tráfego de pedras e jóias do Oriente para Lisboa. Sabe-se que eram vários os que compravam esmeraldas sul-americanas em Sevilha, assim como pérolas das Antilhas, para as venderem em Goa como Orientais.Sevilha foi, durante os séculos XVI e XVIII, o centro da comercialização das pérolas e esmeraldas sul-americanas.

Pérolas

As próprias turquesas, que se sabe terem sido encontradas na região de Vila Viçosa na segunda metade do século XVI, eram vendidas em Goa a incautos comerciantes europeus. Noutros casos, algumas pedras vinham a Lisboa e daqui partiam novamente para Goa quando não eram devidamente valorizadas. Tal foi o caso de um olho-de-gato descrito por Garcia de Orta que, enquanto avaliado em Goa por 600 cruzados, não encontrou em Lisboa comprador que lhe desse mais que 90. 

Turquesas

Igualmente eram enviadas para a índia, através de Lisboa, mercadorias como o coral mediterrânico e o marfim africano. O coral foi, nos séculos XV e XVI, pescado nas costas do Algarve. Estas pescarias, que parecem esquecidas em todo o século XVII, são recuperadas no século XVIII, mas já no reinado de D. Maria I.

Coral

Já nos inícios do século XVII, o mercado de Goa recebia jóias europeias provavelmente portuguesas. Algumas ficaram descritas nos Livros da Casa da Índia, pelo que se sabe que tratava-se de “ halifante de ouro com pedraria e pérolas”, “h a fegura de h omem posto sobre h a aguia com esmeraldas” ou mesmo “ h cavalo com h omem em sima tudo sobre h a penha com esmeraldas rubis perolas”.

Mãos com ouro

A existência de um tão rico comércio e grande procura, em Lisboa, por parte de joalheiros e lapidários, facilitou a difusão das falsificações, que eram realizadas, sobretudo, quando as pedras se encontravam já montadas em jóias.

No caso dos diamantes, um dos artifícios mais comuns, ainda hoje bem conhecido se bem que aperfeiçoado, era juntar, por baixo de um diamante pouco espesso, uma safira de cor branca parecendo, deste modo, a gema muito mais funda.

Mãos com dimantes

Processo idêntico era utilizado para os rubis, em que se pintava, por entre dois vidros, com uma resina tintureira conhecida como "sangue-de-dragão" de forte cor vermelha.As esmeraldas, na Índia, eram falsificadas a partir de vidros dos fundos de garrafas, como nos descreveu Garcia de Orta.

Este panorama sobre as fontes e comércio das pedras preciosas em na era dos descobrimentos, manteve-se ao longo do primeiro quartel do século XVII. Quando o francês Jean Baptiste Tavarnier, comerciante de pedras preciosas do rei de França Luís XIII, visitou a Índia, em meados do século XVII, encontrou uma situação bem diferente. 

Índa

Goa e o seu mercado pertenciam ao passado se bem que se continuassem a enviar gemas para Portugal e Ásia. O próprio viajante constatou, nas jóias do Grão Mongol, um enorme topázio de 157 quilates e 3/4 , adquirido em Goa por 181.000 rupias, o equivalente a 271.500 libras seiscentistas- topázio que ele registou num belo desenho passado para gravura.

Gravura Índia

Um facto curioso, a registar, é que, em determinada altura do século XVII, o valor das pedras preciosas subiu de tal modo no Oriente que, da Europa, foram reenviadas com lucro de 100% a 200%. Sabe-se que, em 1625, a Nave Almirante Santa Isabel partiu para a Índia com pérolas e aljôfar, o que confirma esta tendência que julgamos não generalizadas ao longo do século.

Portugal possuiu ainda, nessa época, importantes reservas de pedras preciosas, já que o contrato de casamento entre D. Catarina e Carlos II de Inglaterra referia, numa das cláusulas, o pagamento, como dote, de 2 milhões de cruzados sendo metade do valor em pedras preciosas, açúcar e outras mercadorias.

Pintura de nobre

Ao longo do século XVIII, Espanha irá explorando, quase até à exaustão, as suas minas de esmeraldas na América do Sul. No Brasil surgiram algumas sem importância, aparecendo, aos poucos, pedras de cor como topázios, ametistas e águas - marinhas, extração que ainda não se encontra correctamente estudada. 

As pérolas apanhadas na América Central tornaram-se, igualmente, uma das principais mercadorias do comércio entre " as Índias Ocidentais" e Sevilha. Poucos desconhecem a celébre pérola em forma de pêra "A Peregrina" com o peso de 126 quilates, pertencente a Filipe II de Portugal e encontrada no Panamá.

Pérola, a Peregrina

A descoberta dos diamantes no Brasil, no Cerro Frio, em torno de 1727 e após quase dois séculos de buscas, alterou a forma como todo o tráfego de pedras preciosas se tinha desenvolvido desde quinhentos. Mais uma vez, Portugal teve um papel primordial neste processo sendo, na altura, muitos os que desejavam que se fechassem as novas minas de diamantes, talvez com receio da concorrência com as minas indianas.

Dominando então, completamente as redes comerciais das pedrarias, sobretudo na sua distribuição europeia a partir de Londres e Amesterdão, os judeus viram com grande apreensão esta nova fonte, que logo à partida garantia uma imensa produção. Assim procuraram difundir, nos seus circuitos e junto das suas clientelas, rumores de que não existiam diamantes provindos do Brasil, mas sim de Goa e acusando as autoridades portuguesas de fraude.

Procura de ouro

Simultaneamente, comprovam os diamantes brasileiros e juntavam-nos às remessas indianas.Portugal não soube, ou não quis, romper este monopólio da nação judaica. Mesmo assim, a importância dos diamantes do Brasil no panorama da joalharia no ocidente foi imenso, justificando não só o glorioso reinado de D. João V mas, sobretudo, o de D. Maria I.

Calcula-se que, ao longo do século XVIII, terão sido exportados três milhões de quilates de diamantes brasileiros.Curiosamente, sendo o Brasil, o principal centro de extração de diamantes, não deixa de ser significativo o desabafo do Guarda-jóias de D. Maria I- João António Pinto da Silva numa carta datada de 1 de Novembro de 1784, sobre a ausência, entre nós, de bons lapidários.

Lapidários

A sua leitura justifica como realmente esta actividade económica passava ao lado de Portugal, fomentando as industrias de nações estrangeiras. 

No Brasil foi ainda descoberto um dos nossos mais interessantes mistérios, o diamante "Bragança" com o peso extraordinário de 1680 quilates. Ninguém sabe ao certo se se trataria realmente de um diamante , de um topázio, ou mesmo da magnífica água marinha que hoje se conserva no Palácio Nacional da Ajuda, de quase idêntico peso. 

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