APOSTAR NA PLATINA E TER MAIS CUIDADO COM O PALÁDIO

O mercado da platina esteve fortemente sobreabastecido no terceiro trimestre de 2021, com a oferta a aumentar 7% em ritmo anualizado e a procura a cair 44%. O principal fator para este excedente no mercado foi a fraca procura deste metal precioso para investimento, explica Giovanni Staunovo, analista de matérias-primas do UBS, numa nota de research a que o Negócios teve acesso.

Mas o cenário deverá melhorar, considera, antevendo que o preço passe dos atuais 988 dólares por onça para 1.050 dólares no final do primeiro trimestre de 2022 e para 1.100 dólares no fim de junho. "Atendendo às perspetivas positivas do UBS para a platina em 2022, continuamos a recomendar os investidores com perfil de risco a venderem o metal em fase de queda ou a aumentarem a sua exposição nessa mesma altura", recomenda.

No entanto, o analista do banco suíço adverte que os investidores têm de estar cientes de que a trajetória dos preços também dependerá da duração da escassez de microchips.

E por falar em microchips, a escassez de semicondutores tem continuado a prejudicar a produção automóvel e também a procura por paládio. Em outubro, as importações chinesas deste metal precioso estiveram no mais baixo nível desde meados de 2019, refere Staunovo numa outra análise.

O analista prevê uma "modesta recuperação do preço do paládio no próximo ano, devido à expectativa de um atenuar da atual escassez de chips, mas o rumo das cotações no curto prazo dependerá da duração dessa mesma falta de chips".

Para Giovanni Staunovo, "atendendo aos baixos volumes de negociação do paládio, e à pequena dimensão do mercado deste metal precioso, apenas os investidores com uma elevada tolerância ao risco devem pensar em negociar este ativo".

Segundo o analista, o paládio, que negoceia agora em torno dos 1.820 dólares por onça, deverá atingir um preço médio de 2.000 dólares durante grande parte do próximo ano.