(16-09-2025 às 01:24:17)
Valores de Referência em Bolsa
VALOR DE COMERCIANTE02/05/2025
O investidor bilionário John Paulson acredita que o preço do ouro poderá atingir os 5.000 dólares por onça até 2028, impulsionado pela crescente compra do metal por bancos centrais e pelas tensões comerciais globais. A previsão, considerada uma das mais otimistas até ao momento, foi partilhada numa entrevista em que o magnata reforçou o seu compromisso com projetos de mineração nos Estados Unidos.
A estimativa de Paulson surge numa altura em que o ouro atingiu um novo máximo histórico, superando os 3.500 dólares por onça na última semana. Outros analistas e instituições financeiras, como o Deutsche Bank, também têm revisto em alta as suas previsões. O banco alemão antecipa que o ouro chegue aos 3.700 dólares por onça até 2026.
Paulson, já o maior acionista da Perpetua Resources, empresa que desenvolve um projeto de ouro e antimónio em Idaho, adquiriu recentemente uma participação de 40% na NovaGold, envolvida no projeto Donlin, no Alasca, em parceria com a Barrick Gold. O investidor nova-iorquino citou o aumento da procura de ouro por parte de bancos centrais, especialmente o da China, como uma consequência direta do confisco de reservas russas pelo Ocidente após a invasão da Ucrânia.
“Quando a guerra começou, a Rússia manteve o seu ouro físico, que estava seguro, mas todas as reservas em papel foram confiscadas”, afirmou. “Isso levou outros bancos centrais a perguntar-se: ‘E se houver um conflito com os EUA? Eles poderiam congelar os nossos ativos?’”.
Além da geopolítica, Paulson considera que a incerteza comercial e as políticas protecionistas de Washington estão a reforçar o papel do ouro como reserva de valor, em detrimento do dólar. “Se a confiança no dólar americano diminuir, o ouro será o refúgio natural”, defendeu, acrescentando que se mantém focado no setor aurífero e não tem planos para diversificar para outros metais como o cobre.
O projeto Perpetua, no qual Paulson investe, já obteve licença federal e está a tentar garantir financiamento do Banco de Exportação e Importação dos EUA, contando com o apoio da anterior administração Trump. A produção de ouro no local será crucial para garantir o fornecimento de antimónio – usado em munições – ao Departamento de Defesa dos EUA, numa altura em que a China bloqueou as exportações do metal para o país.
Para reforçar esta cadeia de fornecimento, a Perpetua colabora com a Sunshine Silver & Refining, financiada pelo Electrum Group, do também investidor Thomas Kaplan, que está a construir uma refinaria capaz de cobrir 40% das necessidades de antimónio dos EUA.
No Alasca, Paulson destaca ainda o projeto Donlin, cujos custos operacionais deverão rondar os 1.000 dólares por onça, significativamente abaixo dos preços atuais do mercado. O bilionário e o Electrum Group têm ainda investimentos noutras iniciativas de mineração no estado, incluindo na International Tower Hill e na Trilogy Metals.
Inserir comentário
Todos os campos são de preenchimento obrigatório. Contudo e, porque privilegiamos a confidencialidade da informação que nos envia, o seu email nunca será apresentado.