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OURO DISPARA 28% ESTE ANO E DEVERÁ CONTINUAR A BRILHAR

01/10/2024

O ouro tem alcançando novos máximos quase diariamente e, segundo os analistas, está longe de perder o brilho por conta das tensões geopolíticas, da política da Fed e da "fome" dos bancos centrais.

Costuma dizer-se que quem tem medo compra um cão. No universo dos mercados de capitais, este ditado popular sofre uma ligeira alteração e é reformulado para “quem tem medo investe em ouro”. E é exatamente isso que os investidores têm feito este ano, arrastando a cotação do metal dourado para uma valorização de 28% desde o arranque do ano, ao mesmo tempo que a cotação do ouro bate novos máximos históricos numa base quase diária ao longo de setembro. Foi isso que voltou a acontecer esta quarta-feira, com a onça a negociar num novo recorde de 2.386 euros (2.657 dólares).

Segundo o JP Morgan, entre os principais fatores que tem sustentado a subida do ouro em 2024 está a escalada dos riscos geopolíticos, as expectativas dos investidores em redor da política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed) e o ritmo continuado de compras por parte dos bancos centrais, que atualmente detêm cerca de 17% das reservas conhecidas de ouro.

“As perspectivas continuam a ser positivas para a procura de ouro por parte dos bancos centrais”, destaca o World Gold Council num relatório sobre o mercado aurífero de julho, citando o último relatório promovido pela organização junto dos bancos centrais, com 81% dos inquiridos a esperar que os stocks de ouro por parte dos bancos centrais mundialmente aumentem nos próximos 12 meses e 29% a revelarem que as reservas de ouro da sua própria instituição irão aumentar.

O valor do ouro é gerado, essencialmente, por duas métricas: a sua escassez e no facto de ser uma moeda sem dívida. Isto faz com que os investidores o encarem como um ativo de “refúgio”.

A onda de otimismo em redor do metal dourado é grande, sobretudo após a Fed ter recentemente cortado as taxas de juro em 50 pontos base, mostrando com isso uma mudança completa do ciclo monetário do banco central norte-americano. “A onça de ouro poderá atingir os 2.700 dólares [cerca de 2.423 euros] nos próximos dias se continuarmos a assistir ao enfraquecimento do mercado de trabalho [nos EUA] e se todos os presidentes da Fed reafirmarem cortes de 50 pontos-base”, refere Phillip Streible, estrategista-chefe de mercado da Blue Line Futures esta quarta-feira à Reuters.

Segundo a ferramenta CME FedWatch, que reflete a evolução do mercado de futuros de taxas de juro, os investidores apostam claramente em novos cortes das Fed Funds, tanto na reunião de 7 de novembro como na última reunião do ano da Fed, que terá lugar a 18 de dezembro. Os dados mais recentes apontam para uma probabilidade de 57% da Fed realizar um novo corte de 50 pontos base das Fed Funds a 7 de novembro, e uma probabilidade de 43% de o corte ser de apenas 25 pontos base.

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