(15-07-2025 às 02:15:53)
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VALOR DE COMERCIANTE27/06/2025
Uma equipa de investigadores da Universidade de Göttingen, na Alemanha, fez uma descoberta que pode revolucionar a compreensão da geodinâmica do planeta e reabrir o debate sobre as reservas de ouro da Terra. Foram encontrados vestígios de ouro e ruténio em rochas vulcânicas nas Ilhas Havaianas, elementos que, segundo os cientistas, têm origem no núcleo terrestre — uma zona até agora considerada inacessível.
De acordo com o estudo, publicado na prestigiada revista Nature, esta descoberta sugere que o núcleo da Terra, situado a cerca de 3.000 quilómetros de profundidade, poderá estar lentamente a expelir pequenas quantidades de metais preciosos através do magma. Este fenómeno, embora em escala extremamente reduzida, indica que o núcleo não é tão isolado como se acreditava até agora.
Atualmente, estima-se que 99,9% de todo o ouro da Terra se encontre no núcleo, muito abaixo da superfície e longe do alcance da atividade mineira humana. Apenas 0,1% está disponível nas crostas superficiais, onde ocorre a mineração convencional — uma atividade que enfrenta sérios sinais de esgotamento. Anualmente, são extraídas cerca de 3.600 toneladas de ouro em todo o mundo, principalmente na África e na China, números que deverão começar a cair nos próximos anos.
A confirmação veio pela análise de um isótopo raro de ruténio, o 100Ru. A presença anormal deste isótopo nas rochas havaianas indica que as mesmas terão origem na fronteira entre o núcleo e o manto da Terra, transportadas por colunas de material superaquecido que alimentam vulcões oceânicos.
“O núcleo da Terra não é tão isolado como pensávamos. Enormes volumes de material ascendem da fronteira núcleo-manto para formar ilhas como o Havai”, explicou o professor Matthias Willbold, coautor do estudo, de acordo com o ‘elEconomista’.
Apesar da descoberta entusiasmante, os cientistas sublinham que este ouro libertado do interior do planeta existe em quantidades ínfimas e está misturado com lava solidificada, tornando a sua extração comercial praticamente inviável. No entanto, a descoberta tem um valor científico considerável e oferece uma nova perspetiva sobre os processos que moldaram — e continuam a moldar — o planeta.
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