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O Ouro e o Folclore

O uso e excessivo do ouro como elemento decorativo do traje, principalmente no Norte do país, manifesta a rivalidade secular de a mulher querer ser a mais bela, a mais rica, a escolhida, em resumo a mordoma. Esta tem um traje azul-escuro ou negro, mas cintilante, nos seus bordados e nos seus ouros.

Ao longo dos anos, o traje regional português tem sido influenciado por vários factores que contribuíram para a sua diversidade, na maior parte dos casos os adornos marcam a sua presença.

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ouro e folclore de viana

O poder económico também se espelha na indumentária, pois o ouro corresponde a um investimento visível perante a comunidade representando as posses da sua proprietária. Por outro lado, o valor fiduciário dos ouros era facilmente transaccionável, o que equivalia a ser uma poupança a qual poderia ser usada em momentos difíceis.

Os ouros podiam ser vendidos e comprados sempre que necessário, convinha ter bastante para valer em situações financeiramente mais complexas, pois a ostentação deste luxo também originava conflitos e tensões, que deram azo a inimizades entre as vizinhas e as próprias freguesas.

ouro e folclore

No caso da mulher minhota e da simbologia real da sua figura, referimos algumas formas do muito ouro que a reveste: as laças, o coração, os brincos à rei e os brincos à rainha, etc. Qualquer destas peças essenciais da ourivesaria nortenha, é estilisticamente barroca. A laça da ourivesaria popular deve o seu formato à realeza, foi atribuída a D. Maria Ana da Áustria a célebre Laça de Esmeraldas.

Atualmente o ouro continua a fascinar todas as gerações tanto no seu estado trabalhado como obra de arte e peça de joalharia como no seu estado mais puro para investimento.