(14-11-2024 às 15:28:58)
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O ofício de ourives |
As principais fontes dos materiais não traduzem o conhecimento da história da joalharia nacional. As condições de trabalho dos ourives, a sua formação, organização da oficina e a comercialização deixaram marcas profundas na arte. Não são muitas as referências na documentação existente à actividade dos antigos ourives do ouro, os joalheiros, como é denominado nos dias de hoje. É um pouco difícil reconstruir a oficina de um ourives na época medieval que não deve ter alterado em muito o seu aspecto após o Renascimento. Visite também, peças com mais valor, Avaliador Oficial e critérios de avaliação. Contacte-nos! Sabemos que se tratavam de pequenas divisões, ao nível da rua, tendo muitas vezes, no andar superior, a habitação do Mestre. Este produzia na companhia de vários oficiais e aprendizes, dedicando-se estes, de início, a tarefas elementares como esticar o fio de ouro e acabamento, como polimento às obras. Aos oficiais cabiam as tarefas de maior responsabilidade como fundir os metais preciosos, cinzelar as peças e cravar as gemas. No século XVI alguns ourives possuíam escravos que, embora proibidos de aprender o ofício, podiam tanger os foles das forjas e martelar o ouro e a prata. Quando um jovem iniciava a sua aprendizagem como ourives e, quando os seus familiares não exerciam este ofício, reflectia uma lenda em que um Mestre tomasse a responsabilidade de o ensinar. Durante vários anos o aprendiz deveria exercer uma série de funções a que o Mestre retribuía ensinando a sua arte e dando-lhe, por vezes, tecto e alimentação. Este processo, conhecido em vários ofícios, obrigava à realização notarial de um contrato conhecido como "de servidão e aprendizagem". Durante o número de anos estabelecido para "servidão", o moço, com cerca de dez ou onze anos, aprenderia os rudimentos do ofício. Por vezes, estes aprendizes eram seduzidos a continuar a sua aprendizagem junto de outro Mestre ourives mas, se interrompessem o período estipulado no contrato, incorriam em pesadas penas descritas nos regimentos. No final do seu contrato, se o aprendiz revelasse um conhecimento suficiente do ofício, atingia o grau de Oficial. Este grau não exigia exame devendo apenas, para o efeito, ser reconhecido por um Mestre. Dentro da hierarquia da oficina passava a poder executar todas as tarefas da sua profissão, sendo-lhe vedado, apenas abrir atividade. Para atingir o grau de Mestre necessitava de realizar provas que seriam julgadas por outros ourives. Essa prova consistia na realização de uma obra-mestra. No século XVI seria um cinto preparado para esmaltar e uma jóia propriamente dita. Muito provavelmente era-lhe apresentado o desenho de uma peça que ele teria de executar em ouro. A regulamentação do ofício dos ourives do ouro é algo tardia. No primeiro regimento consagrado à sua carreira, de 1512, apenas se consagram disposições relativas à defesa dos compradores. Na primeira reforma do regimento, em 1538, surge, pela primeira vez, a obrigatoriedade dos ourives realizarem provas de mestria. Com a crescente importância de Lisboa, desde 1415, como centro de transacção de produtos africanos, pagos com prata pelas nações europeias, concentravam-se vários ourives estrangeiros nesta cidade. Em 1460 e pós proposta da Câmara de Lisboa, D. Afonso V confirma algumas ordenações respeitantes à fiança e fiscalização dos ourives estrangeiros que assentavam tenda em Lisboa. Os ourives nacionais usavam, junto do Rei, o poderoso argumento que múltiplas vezes utilizariam para defender as suas pretensões: as falsificações. Cabe referir que, nesta época, são os ourives que fiscalizavam o teor dos metais preciosos e os pesos, actividades de enorme importância económica. Quando um ourives estrangeiro desejasse iniciar atividade, deveria praticar durante um ano na oficina de um ourives estabelecido com o fim de se saber se "he home de bão viver" como refere o Regimento dos Ourives do Ouro de Lisboa. A venda das obras era feita na própria tenda, em expositores colocados na rua, ou sob a janela da oficina. Várias gravuras quinhentistas apresentavam alguns clientes transaccionando junto das janelas. Da Lisboa quatrocentista conhece-se uma ordenação, datada de 1386, que nos ajuda a conhecer quer o costume dos ourives de exibir as suas obras no exterior da tenda, quer as características da própria Rua da Ourivesaria, que concentrou, até 1514, todos os ourives do ouro e da prata na Capital: "(proíbe-se a qualquer) Ouriuez que na rua da Oluizaria morar que se estenda pera a rua com os tauoleiros dante as suas portas que quamto diz as ombreiras de sseus portaaes nem tenha poyaaes na dicta Rua porquanto a dicta rrua he mujto estreita e a fazem mais estreita..." Com D. Manuel é criada, no citado ano de 1514, a Rua Nova d'El Rey onde os ourives do ouro são obrigados a afixarem-se, já que a Rua da Ourivesaria não comportava tantas tendas, e a rivalidade entre as duas bandeiras, a dos ourives do ouro e a dos ourives da prata crescia dia a dia. Já nos finais do século XVIII, uma ordenação da Câmara de Lisboa proíbe que os ourives tivessem fora das suas lojas tabuletas e balções com mais de dois palmos de largura. O terramoto já há algumas décadas destruíra as antigas ruas dos ourives da prata e do ouro, mas mesmo com novos arruamentos, permaneciam os velhos problemas. Tal como ainda hoje, vários ourives vendiam as suas jóias de feira em feira, sobretudo anéis em prata ou ouro, umas vezes com pedras preciosas e outras com simples vidros de cor. Se bem que as jóias em ouro tivessem tratamento especial, era grande a produção de peças em prata mais acessíveis. No século XVI, na comarca de Entre-Douro-e-Minho vendiam-se, especialmente nas feiras e festas, obras em prata como cruzes e cordões. As falsificações de pedras preciosas tiveram grande desenvolvimento. Tal não se passou apenas em quinhentos: várias ordenações, ao longo dos séculos XVII e XVIII, procuraram igualmente lutar com o problema das falsificações de gemas e pérolas, o que revela o pouco controlo efectivo das autoridades sobre as obras de joalharia. Visite-nos e avalie as suas peças! Tem jóias antigas? Pretende avaliá-las? Contacte-nos! Conheça a opinião dos nossos Clientes! Saiba também quais são os nossos critérios de avaliação! Conheça as peças com mais valor! New Greenfil Lda, faça parte de uma história de sucesso! |