(12-01-2025 às 21:16:05)
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Brincos "de Chapola" |
Chamam-se de "chapola", por serem feitos em fina chapa de ouro. "Parolos" por serem, outrora, usados pela mulher do campo, designada de "parola" pela citadina. (...) Chamam-se de "luas" por terem quase todos quartos de lua em relevo, na Póvoa de Lanhoso, são ainda conhecidos como "cabeças de carretilha", atendendo certamente à forma dos cunhos e técnica de execução. Podem também ser conhecidos e descritos pela forma que contêm, como Brincos ovais, estampados com gravado ou Brincos ovais, beirados e gravados com aplicações, entre outros. Os modelos existentes na colecção da ourivesaria popular, respeitam as formas comuns a este tipo de brincos: Oval Redonda (simples, com torçal a rodear o perímetro e com este último recortado, imitando uma flor). Quadrada Hexagonal Cordifa Os dois primeiros são os mais frequentes, apresentando tamanhos variados. Os três últimos contam apenas com um molde cada um. Todos os cunhos demonstram soluções técnicas e decorativas idênticas, verificando-se um jogo de contrastes entre espaços lisos e rugosos, formados por pequenos pontos ou quadrados. O esquema mais comum faz sobrepor, em relevo, as partes lisas sobre as incertas, ocupando esta grande parte da superfície da peça. Nestes casos, as zonas relevadas correspondem aos motivos decorativos, pouco diversificados, onde abundam estrelas e crescentes, isolados ou em conjunto na mesma matriz, justificando o sobrenome de brincos de "luas". Esta associação meia-lua/estrela foi usual na joalharia portuguesa desde meados do século XIX, nos broches e brincos em meia-lua e em estrela, todos cravejados com brilhantes e rosas, em prata e ouro, e com cravações já em garras. Trata-se de uma moda europeia, facilmente depreendida pela análise dos álbuns de desenhos que chegavam até nós provenientes da Alemanha, França e Inglaterra e que constituíam eternas fontes de inspiração para os alunos dos cursos de ourivesaria, ministrados nas escolas portuguesas. Tearas, brincos, alfinetes, gargantilhas e atavios de chapéu, foram os suportes preferidos deste tipo de motivos, materialmente repletos de diamantes ou outras pedras preciosas. Bandas transversais contínuas, faixas côncavas e convexas, segmentos de círculo geminados, formando arcos, pequenos quadrados ou triângulos invertidos, estrelas caudatas ou crescentes interrompidos, completam a decoração destes moldes. Todos os elementos técnicos e decorativos que formam a peça acabada estão presentes nos cunhos: os fundos irregulares fazem parte do molde e não são feitos posteriormente a punção, como por vezes se escreve. Apesar de ser frequente, neste tipo de brincos, a presença de pedras incrustadas, desiguais entre si no que respeita à cor que tanto pode ser azul e vermelha, azul e branca ou noutra alternância ainda, apenas duas destas matrizes estão preparadas para receber pedraria: as de formas quadrangular e hexagonal, com um orifício ao centro, inscrito num quadrado mais pequeno, no primeiro caso e numa flor de seis pétalas, no segundo. Com as mesmas formas existem também brincos de carretilha, cuja decoração é feita a cinzel ou buril, a posteriori, através de traços leves e delicados sobre chapa lisa, repetindo motivos geométricos e/ou florais e reflectindo contrastes de luz, produzidos pela passagem do buril. Sabe-se que estes brincos eram feitos em Travassos e Sobradelo da Goma, no concelho de Póvoa de Lanhoso, em Gondomar e certamente em todo o Distrito do Porto. Desconhece-se, no entanto, o nome de qualquer oficina ou ourives que tenham trabalhado estas peças. O Museu da Sé de Braga possui três pares destes adornos de orelha, dois de forma oval e um circular, apresentando todos eles marcas praticamente ilegíveis e de difícil identificação. A marca de contraste de um dos pares aproxima-se do n° 7, usada na contrastaria do Porto de 1887 a 1932. O livro Ouro popular português contém várias reproduções destes objectos, técnica e formalmente diversificadas, pertencentes a particulares. Os autores da obra não fazem, contudo, nenhuma referência a marcas de registo, ourives ou oficinas de proveniência. O fabrico destes brincos ter-se-á iniciado a partir de meados do século XIX, permanecendo até aos nossos dias. Fonte: SOUSA, Ana-Uma Técnica Milenar numa Oficina de Gondomar, in Ourivesaria Estampada e Lavrada. vol.I,Porto,1997, pp. 94-96. Visite-nos e avalie as suas peças! Tem jóias antigas? Pretende avaliá-las? Contacte-nos! Conheça os nossos critérios de avaliação. Conheça a opinião dos nossos Clientes! Conheça as peças com mais valor! New Greenfil Lda, faça parte de uma história de sucesso! |