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Os Pollet, joalheiros de D. Maria I

 

O Reinado de D. Maria I (1777-1816) não é geralmente considerado como muito brilhante em termos artísticos, sobretudo no que diz respeito às opções estéticas da Corte. José Augusto França não deixa de apresentar o Teatro de S. Carlos e a Basílica da Estrela como «as únicas obras importantes do Reinado de D. Maria».

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A primeira, obra de burgueses, de traça neoclássica, afirma-se pela sua actualidade face à produção europeia. A segunda, iniciativa da Rainha, manifesta-se como obra barroca e de acentuado conservadorismo. Nas artes decorativas e especialmente na ourivesaria e joalharia, o conservadorismo da Corte não se deixou de sentir nos primeiros anos do reinado.

A rica baixela encomendada em Paris ao ourives François-Thomas Germain, filho do fornecedor de D. João V, Thomas Germain, cujo envio de peças para Lisboa estende-se até 1777, é uma notável obra rococó. Gosto que na segunda metade do século XVIII muitas das oficinas parisienses já se haviam libertado num regresso ao clássico.

Na realidade, este período é sem dúvida dos mais esplendorosos da história de Portugal, do século XVIII incontestavelmente, época que goza a fortuna de lhe terem sobrevivido importante número de obras, sejam jóias ou alfaias em prata e ouro, como de significativa iconografia da vida da Corte e incontável documentação.

As jóias do Palácio da Ajuda, na sua maioria realizadas durante o Reinado de D. Maria, associam-se alfaias como a custódia do Paço da Bemposta e a custódia da Sé de Lisboa, considerada posterior. Tratou-se de uma época em que a divulgação das técnicas de lapidação de diamantes e outras pedras preciosas teve grande incremento entre nós. 

Possuindo Portugal na época uma das Cortes mais faustosas da Europa, não foi de estranhar a grande presença de artífices estrangeiros que se fixavam entre nós. O próprio desenvolvimento económico sentido pela nação difundiu consideravelmente o gosto pelo luxo de que a Corte foi o principal modelo.

Jóias D. Maria I

Gosto pelo luxo, entendido pelo requinte, pelo deleite de objectos valiosos, que coincidiu com o apogeu do rocócó em Portugal, num dos períodos mais sensuais da nossa cultura tão recatada em manifestações de prazer. A própria custódia que António José Gonçalves terminava em 1789 para a Basílica da Estrela, em prata dourada coberta de pedras preciosas, é um notável exemplo do rocócó na ourivesaria portuguesa, registando-se, todavia, um rasgo clássico na modelação da sua base.

A França de Luís XV serve como modelo à representação da monarquia portuguesa, sobretudo no que diz respeito às chamadas «artes sumptuárias». É nas oficinas de Paris que se encomendam as principais jóias do tesouro da Casa de Bragança tal como nos reinados de seu pai, avô e bisavô, no reinado de D. Maria as oficinas francesas serão entre nós o grande modelo para os objectos preciosos, de tal modo que após o célebre caso do colar de diamantes de Marie Antoinete é para Lisboa que se tenta despachar a comprometedora jóia

D. Maria Antoinete

O desenho do colar integrava um conjunto de obras, cujos desenhos foram enviados para apreciação de D. Maria a fim de integrarem o dote de D. Mariana Vitória, sua filha, em 1784. A troca de correspondência entre o nosso embaixador D. Vicente de Sousa Coutinho e o Guarda-Jóias da Casa Real João António Pinto da Silva é bastante esclarecedora sobre o estado da joalharia no Portugal de então.

Sendo o Brasil o principal fornecedor de diamantes ao Ocidente, não deixa de ser significativo o desabafo do guarda-jóias de D. Maria numa carta datada de 1 de Novembro «Parece serto que sendo Nós os Senhores dos diamantes deveríamos fazer todas as jóias guarnecidas destas pedras, mas a primeira dificuldade hé no lavrado dellas, porque em toda esta Corte não há mais que nove lapidarios de brilhantes e estes tão perguiçosos que não lavram 10 ou 12 pequenos em menos de hum anno e mais tempo; o segundo emarasso he dos ourives que as façam, porque não sendo também muito são rarissimos os bons...» 

Joias D. Maria

Nas excepções contaria certamente o lapidário Tomas de Bastos, que lavrou diamantes para D. José e D. Maria, e os joalheiros Adão e David Pollet, sobre quem nos debruçamos agora. Apesar de hoje serem nomes incontornáveis na nossa história das artes decorativas, ainda há menos de uma década em exposições plenamente publicitadas em Portugal e no estrangeiro surgiram significativas imprecisões sobre as suas vidas, seja através da confusão de identidades entre Adão e David Pollet, seja sobre a sua naturalidade, seja relativamente a atribuições de obras à sua autoria sem qualquer fundamento.

Embora considerados de origem francesa, os Pollets têm as suas raízes na actual Polónia, na cidade de Gdansk, um dos mais importantes centros de produção de jóias na segunda metade do século XVIII. A primeira referência conhecida entre a actividade de Adão Gottlieb Pollet reporta-se ao Processo de sequestro da Casa de Aveiro ordenado por D. José I em 1759.

Jóias D. Maria

Adão Godlib Pollet figura na «Relação dos Credores da Casa de Aveiro» datada de 1785, sendo-lhe devida a modesta quantia de 217$595. Consultado o extenso e importante inventário dos bens da Casa de Aveiro publicado por Luís Bivar Guerra, a nenhuma jóia é associada o nome deste joalheiro. Foi sem dúvida a Casa Real que de maior fama «coroou» os nossos joalheiros.

A sua primeira associação conhecida a D. Maria I é exactamente do ano seguinte, de Março de 1777, altura em que termina para D. Maria uma pluma de esmeraldas e diamantes-brilhantes que custou 350$000. No mesmo ano fornece ainda um chuveiro de topázios com diamantes-brilhantes e uma pluma de diamantes-brilhantes com um pássaro em diamantes amarelos.

Reinado D. Maria

Um conjunto de documentos inéditos, recentemente encontrados num arquivo particular, revelam-nos um pouco mais sobre os primeiros trabalhos de Adão Pollet para D. Maria, ainda Princesa Real. Assim recuamos até Janeiro de 1777, quando Adão Pollet executa um conjunto de botões em crisoberilos para a Princesa, 42 grandes e 36 pequenos. O valor da encomenda é muito pouco significativo:625$000 reis.

Nesse mesmo ano executou dois botões com 26 diamantes-brilhantes, 2 grandes com mais de quatro quilates e 24 pequenos, para além de um leque de diamantes-brilhantes para a Princesa com 547 diamantes para a Princesa com 547 diamantes-brilhantes. Firmava-se assim uma relação que duraria por vários anos e que deixaria a Portugal algumas das jóias mais importantes alguma vez conhecidas.

D.Maria

Um dos documentos agora divulgados descreve um importante conjunto de jóias que incluem fivelas de diamantes-brilhantes e esmeraldas, seis botões de diamantes-brilhantes, um retrato de S. Majestade feito com grandes diamantes fornecidos por Gildemeester, um alfinete com grandes diamantes brilhantes e uma faca de mato. Esta faca de mato encomendada para o Príncipe D. Pedro, e paga em Junho de 1778, possuía 775 diamantes. 

Em Setembro executava um hábito da Ordem de Cristo para D. Maria I com 187 diamantes, lapidados por Tomas de Barros. Este hábito é possivelmente a «cruz da Ordem de Cristo, composta de diamantes brilhantes de pasmosa grandesa» que D. Maria usara nas Cerimónias do seu levantamento e juramento.

D. Maria

No ano seguinte entregava uma jóia para o Rei de Marrocos e um anel para o General Meclean, uma pluma de diamantes-brilhantes com uma água-marinha, trezentas e vinte pérolas, três pingentes de diamantes-brilhantes e  um afogador de diamantes para a D. Mariana Vitória. Em 1779, ano em que é nomeado «Engastador da Pedraria da Casa Real» executa para o Príncipe D. José um jogo de fivelas, em águas-marinhas e diamantes-brilhantes, constituido por um par de fivelas para os sapatos, uma fivela para o pescoço e duas fivelas grandes.

Tudo num total de um 1321§730 reis. Como complemento da actividade dos primeiros anos de Adão Pollet para a Casa Real, encontramos ainda no Arquivo Histórico do Tribunal de Contas vários pagamentos, um dos quais respeitante a várias jóias no considerável valor de 9.646$550 reis e de 5.497$300 reis de diamantes no ano de 1778.

D. Maria

E ainda um anel e fivela de diamantes em Fevereiro de 1779. As várias encomendas realizadas por Adão Pollet para D. Maria serão coroadas pela sua nomeação de «Engastador de pedraria ou Cravador de Diamantes» da Casa Real em 7 de Maio de 1779 em substituição de João dos Santos Pannaye.

Curiosamente, algumas das obras executadas por estas duas gerações de joalheiros para a Casa Real Portuguesa aproximam-se muito mais da joalharia de Corte da Alemanha foram muito estreitas as relações da Polónia com a Saxónia nesta época-do que da francesa. Gdansk representava no século XVIII um centro de afamados joalheiros, sendo apenas no reinado de Stanislaus Augustus (1732-1798) ultrapassada por Varsóvia.

Reinado D. Maria

Após a sua nomeação, e certamente demonstrando uma grande qualidade nas suas montagens, Adão Pollet teve a seu cargo a realização das mais importantes jóias da Casa Real. Salientamos um grande ramo de diamantes-brilhantes, rubis e esmeraldas realizado para a Rainha em Junho de 1781. Para esta obra foram necessários 467 diamantes, lapidados de brilhante, tendo um grande no meio.

D:Maria Pia

No ano seguinte entregaria dois anéis e dois brincos com os retratos da Rainha rodeados de diamantes, uma interessante peça com dois corações e dois pássaros em diamantes-brilhantes e esmeraldas; um anel com um grande topázio e duas correntes para o relógio do Príncipe com pérolasdiamantes-brilhantes. O anel com um topázio rodeado com trinta e um diamantes destinava-se ao poderoso Arcebispo de Tessalónica, confessor da Rainha.

D. Maria Pia

D.Maria

Um anel com um diamante de sete quilates, uma coroa em ouro e pedrarias, duas miniaturas com o retrato de D. Maria rodeados de diamantes-brilhantes, um laço de safiras, diamantes-brilhantes e diamantes no valor de 2.609$300 reis, foram as encomendas mais importantes de 1784.

D. Maria

Sem grande importância em termos de valor relativamente às anteriores encomendas. Pollet executou neste ultimo ano «uma gulheta de saphir circolado com 24 brilhantes», que ainda hoje se conserva no Palácio da Ajuda, a qual, com algumas adptações, veio a ser usada ao longo dos reinados da Casa de Bragança, inclusive pela Rainha D. Amélia. Adão Gottelieb Pollet faleceria no inverno do mesmo ano. Em 1785 seriam pagos aos testamenteiros diversos diamantes e jóias que Pollet executara para o Real Serviço.

A divulgação do seu testamento permitiu conhecer melhor a vida e a oficina de Adão Gottelieb Pollet. O joalheiro vivia em Lisboa, na Rua Direita do Loreto, sendo pai de três filhos, Andreas, Daniel, Catarina e David Ambrósio. Andreas residia fora de Portugal, David trabalhava com o pai e Catarina já havia falecido.

No testamento é também nomeada herdeira Judith, filha de Catarina vivia com o avô. Gottelieb Pollet era um homem de considerável fortuna, como se entende através das referências dos objectos em prata, ouro e ao seu capital. Quanto à sua oficina, o testamento é escasso em informações, o que contrasta com a sua importância. 

D. Maria I

D. Maria Pia

O texto refere algumas jóias e sobretudo «a pintura ou desenho da custódia que fis para El Rey D. Pedro que Deus Guarde e todos os riscos da minha obra com todos os padrões que tenho feito e juntamente todos os instrumentos que tenho do meu officio velhos, e novos o que entenderá depois de concluídas as obras que tiverem principiadas para S.S. Majestades que Deus Guarde», que é deixada «em prova do meu amor» ao filho Andreas Daniel Pollet. A custódia, é sem dúvida a celebrada Custódia da Bemposta cuja autoria tem sido erradamente atribuída ao arquitecto de D. João V, João Frederico Ludovice, que falecera mais de um quarto século antes de esta poder ter sido executada.

Custódia da Bemposta

Além de joalheiro, Gottlieb Pollet foi várias vezes fornecedor de pedras preciosas para a Casa Real. Em muitos pagamentos de obras suas surgem parcelas respeitantes à venda de gemas, se bem que os diamantes mais importantes fossem geralmente fornecidos pelo Tesouro Real. No pagamento das dívidas da Casa Real aos testamenteiros de Pollet surge, a enumeração de vários diamantes.

Certamente lavrando juntamente com o seu pai, com quem terá aprendido ofício, David Ambrósio Pollet 1754-1822) foi continuando a satisfazer alguns dos mais importantes clientes paternos, sem contudo ser alguma vez nomeado «Engastador da Pedraria da Corte». No início da década passada, o Estado Português adquiriu no mercado de Londres uma curiosa miniatura sobre marfim com o retrato deste joalheiro, da autoria de John Barry , e que hoje se conserva no Palácio Nacional de Queluz. No reverso encontra-se uma interessante como esclarecedora nota a inglês: «David Ambroise Pollet, nascido em 1754, foi guarda joias do Rei de Portugal de quem recebeu muitas encomendas.Por causa de uma qualquer acusação caiu em desgraça e passou vários anos na prisão. Sendo a sua inocência provada, veio a ser libertado. A sua saude, já então instável, conduziu à sua morte em 1822».

David Pollet

O primeiro recibo que Ambrósio Pollet assinará respeitante a uma encomenda da Casa Real data de 5 de Abril de 1751. Tratava-se de um prego de cabelo com um diamante-brilhante amarelo no valor de 720$000 reis.

Nas várias encomendas que executou no ano imediato, destacam-se quatro pregos de cabeça de diamantes que serviam também de brincos, prenda de aniversário com que D. Maria ofertou a Infanta D. Maria Ana. Mas sem dúvida as mais importantes tarefas executadas por Ambrósio Pollet foram as jóias destinadas aos «Augustos despozorios e funsão das passagens das Senhoras Infantas D. Maria Vitória e D. Carlota Joaquina», totalizando a enorme soma de 146.218$015. 

Consistiu a empreitada em mais de trinta peças que incluía uma medalha com diamantes com o retrato do Infante D. João, medalhas com os retratos de «Sua Magestade a Rainha Nossa Senhora»; um par de brincos ; uma gargantilha de diamantes grandes em ouro; dois aneis de diamantes- brilhantes e pérolas; um par de brincos de botão; um laço e pingente de topazios e pingente do pescoço; uma medalha montada «à jour» em ouro; quatro anéis de brilhantes grandes, cravar de novo uma pulseira com retratos de sua majestade, cravar as cifras J.C. (João e Carlota) num par de pulseiras, um par de laços de brincos «à jour» um anel comprido com dois círculos, sete anéis de dois círculos de diferentes qualidades, dois anéis de pérolas e brilhantes compridos e um par de fivelas de sapatos de brilhantes e esmeraldas entre outras peças.

Laça com diamantes-brilhantes seculo XVIII

A medalha com o retrato de D. João consistia num laço grande de diamantes com o retrato como pendente. O laço tinha no centro um diamante «grande quadrado» de 11 quilates. Na medalha com o retrato foi cravado no topo um diamante «pingente» de 10 quilates e na base um outro, quadrado, com 9 quilates. O par de brincos «de botão e pingente» era constituído por um diamante quadrado no topo e um em forma de pêra como pingente. 

Foram assim empregues dois diamantes-brilhantes de 8 a 7 quilates para o «botao» e dois diamantes-brilhantes de 15 quilates cada como pingentes. A jóia totalizou a quantia de 29.265$500. A gargantilha de diamantes apresentava 19 grandes gemas custando à Casa Real 17.338$000 reis. O referido anel de dois círculos, um em diamante e o outro em pérolas, possuía no centro da mesma um diamante-brilhante comprido de cor «de limão»que fora retirado de um prego de cabeça pertença de D. Maria.

Todas as jóias possuíam estojos forrados a veludo que foram executados em Lisboa por Manuel Jozé de Barros. Nos primeiros tempos de casados dos Príncipes das Beiras, Pollet fornecerá algumas jóias relacionadas com ocasiões festivas. Quando da «sangria» da Infanta D. Carlota Joaquina foi oferecido um riquissimo fio de pérolas.

D. João

D. João receberia um espandim em ouro com brilhantes e pérolas em Agosto de 1787 e ofereceria a sua mulher em 1793, uma gargantilha de diamantes e safiras e um par de brincos pelo nascimento da Princesa da Beira. Ao Cardeal Patriarca de Lisboa foi oferecido no dia do baptizado da Princesa um anel igualmente executado nas oficinas de Pollet. No ano anterior executaria quatro espigas de trigo com 2203 diamantes-brilhantes, o que denuncia um gosto por uma linguagem naturalista mais clássica que já se fazia sentir na conservadora Corte de D. Maria I.

A última obra que David Ambrósio Pollet terá executado para D. Maria foi um anel grande de diamantes-brilhantes em 1796. Pouco depois, por motivos ainda não devidamente esclarecidos, cairá em desgraça. No final da década de 1780, quando a Corte celebra a Sagração da Basílica da Estrela e D. Maria reforma as Ordens Militares unidas sobre o Sagrado Coração de Jesus, Ambrósio Pollet executa as suas obras mais conhecidas, que devido certamente ao facto de se tratarem de insígnias que foram utilizadas por todos os soberanos a partir de então, ainda hoje sobrevivem.

Placa das Três Ordens Militares

São obras tão extraordinárias pelos materiais utilizados como pelas suas cravações. Referimo-nos concretamente às duas Insígnias das Três Ordens Militares e ao Grande Tosão de Ouro, todas executadas no ano de 1789. A grande placa das Três Ordens é incontestavelmente a obra de maior qualidade perante os diamantes do tesouro que lhe foram entregues, Pollet optou por executar uma montagem mais discreta, quase invisível, o que na época se designava «à jour». Deste modo, a superfície do metal esconde-se por detrás das gemas, evitando-se o processo geralmente utilizado de cobrir os intervalos das grandes gemas com pequenos brilhantes.

Tal sucede em algumas jóias alemãs da época, nomeadamente no célebre alfinete de Augusto III da Saxónia onde se cravou o diamante «Dresden» de cor verde e 41 quilates de peso. A montagem das gemas desta jóia- com discretos engastes em prata branca, obtendo-se o efeito das gemas «flutuarem»- recorda-nos igualmente o magnifico Tosão de ouro que Pollet executou entre 1789 e 1790 para o Principe D. João.

Placa das tres ordens militares

Esta obra é incontestavelmente uma das mais belas peças ainda existentes do neoclassicismo da joalharia europeia. Se o laço ainda obedece aos modelos do rocócó que na joalharia persistirão até aos finais do século XIX, o grande pendente que suporta o «tosão de ouro» é de uma simetria-de que destacamos a palmeta central formada por grande diamantes-brilhantes e a cercadura de diamantes montados sobre prata como folhas de louro-própria de uma nova época.

Conhecem-se alguns notáveis exemplares de Insígnias desta Ordem fundada por Filipe, o Bom-de que evidencamos a pertencente a Augusto III da Saxónia, da mesma autoria do seu já referido alfinete de chapéu- o Tosão de Ouro de David Pollet é de todos o mais rico, o mais cénico, e mesmo o mais interessante como testemunho da passagem de rococó para o neoclássico assagem que sendo confrontada com os acontecimentos políticos registados na europa de então, ainda torna mais aliciante o estudo desta peça.

Placa das Tres Ordens Militares

Adão Gottelieb Pollet e seu filho Ambrósio Pollet foram desde 1777 a 1796 os principais fornecedores de jóias e pedras preciosas de D. Maria I. Algumas das suas obras que ainda subsistem constituem dos sinais mais elucidativos da sumptuosidade com que a Rainha D. Maria I associava à sua «Piedosa» imagem.

Não é certamente por mero acaso que na edição de 1780 do Auto do Levantamento e Juramento de D. Maria I, o relator dedique tanta importância à descrição do vestuário, das jóias, das insígnias e mesmo das pratas que se utilizaram no banquete. Numa sociedade com características tão «barrocas» como a portuguesa, onde o concreto, a visulização são fundamentais para o entendimento dos eventos, o luxo, o precioso ocupam lugar de destaque. Mas significativamente, dois dos principais obreiros desta manifestação no decorrer do reinado de D. Maria virão do estrangeiro.

Adão e David Pollet, pela sua comprovada capacidade técnica e estilistica, na continuidade das oficinas de Gdansk, permitirão realizar em Lisboa o que de um modo geral tinha sido antes importado: o halo de preciosos brilhos que procurava glorificar de forma encenada a imagem de Majestade. Não se voltará a encontrar, entre nós, mestres que os superem-o joalheiro de D. Maria Pia, Estevão de Souza não lhes andou longe mas, igualmente, não voltaremos a encontrar clientes como a Rainha I.

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